Quando chega o diagnóstico de infertilidade
- Sandra Regina Galvão
- 1 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Aprendemos ouvindo histórias de nossas mães, avós, bisavós que engravidar é um processo fácil, que o corpo da mulher consegue naturalmente receber, gestar e parir um novo serzinho. Por isso mesmo, quando mais jovens e sem intenção alguma de sermos mães, morremos de medo de numa escapada acontecer uma gravidez.
No entanto, chegado o tempo de deixar o uso de qualquer contraceptivo a partir do desejo pela maternidade/paternidade, muitos casais se deparam com dificuldades para alcançar a tão sonhada gravidez.
A cada menstruação muitas dúvidas, inseguranças e tristeza, até que um acompanhamento médico mais especializado traz a difícil notícia da infertilidade. Essa noticia é sempre uma notícia de perda: perda de um corpo imaginado perfeito para reproduzir, perda de um projeto de vida, perda da identidade.
Por isso, a chegada da infertilidade é como uma tempestade inesperada que chega bagunçando tudo, colocando muitas coisas em risco, e podemos dizer com certeza que a vida não é mais a mesma. Nós não somos mais os mesmos.
Eis um tempo de dúvidas, raiva, frustração e dor. E não poderia ser diferente. O projeto de vida mais importante para a maioria dos casais é colocado a prova. Procuramos culpados pela tragédia: eu, meu parceiro ou parceira, Deus...
Isso tudo faz parte do luto.
Mas, ao mesmo tempo, vai se tornando cada vez mais necessário que essa realidade se incorpore à vida pois, é assim que podemos ainda que lamentando os projetos que não aconteceram, recalcular a rota e construir novos caminhos.
E o fato de não ter acontecido uma gravidez do modo que você sempre sonhou, não significa que você nunca será mãe/pai.
Um forte abraço!
Psicóloga Sandra Galvão
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